Na penúltima coluna da série de entrevistas “Seu voto, sua Voz” , conversamos com a candidata Madeleine. Esta iniciativa visa trazer aos eleitores propostas e visões de cada candidato à prefeitura de Campos, dentro de um contexto econômico da cidade. A Delegada Madeleine vê na política uma chance de construir um futuro promissor para Campos. Com sua experiência e paixão pela cidade, ela se diz pronta para enfrentar os desafios e liderar Campos rumo a um novo capítulo de crescimento e desenvolvimento.
Durante essas entrevistas, serão feitas perguntas focadas em temas como geração de empregos, políticas de incentivo ao empreendedorismo, investimentos em infraestrutura e sustentabilidade fiscal. O objetivo é esclarecer as intenções dos candidatos e , também, fomentar um debate saudável sobre a importância de uma gestão pública que priorize o desenvolvimento econômico e o bem-estar da comunidade.
É fundamental que o eleitor tenha acesso a informações detalhadas sobre como cada um deles planeja enfrentar questões econômicas que impactam diretamente a vida da população. Confira abaixo o que a Delegada Madeleine diz.
Campos dos Goytacazes está localizada entre duas capitais importantes do Brasil. Na sua visão, quais foram os principais obstáculos que impediram a criação de uma zona comercial robusta na cidade até hoje e como pretende criar uma ?
O principal obstáculo foi a falta de interesse de quem governa em ver a cidade se desenvolver. Campos é privilegiada por sua localização, mas além de duas capitais, por exemplo, temos o Porto do Açu, uma porta para o mundo, a menos de 30km do Centro da nossa cidade. Não há nenhum interesse por parte do poder público local em realizar parcerias com empresas do Porto do Açu, não há capacitação para a nossa população e em contrapartida, não há avanços.
É preciso rever os erros do passado, mas principalmente, olharmos para o futuro. Temos que capacitar a nossa população, melhorar a nossa infraestrutura e dar condições de trabalho que tragam o avanço que esperamos.
Quais são as suas propostas para atrair novas empresas para Campos e estimular o desenvolvimento econômico local? Em quanto tempo podemos começar a ver resultados concretos?
É de suma importância que empresas de fora venham se instalar em Campos, com condições dignas de trabalho, infraestrutura de escoamento e segurança fiscal para elas se instalarem aqui. Nos últimos anos empresas como Italac, Havan e outras de porte nacional tentaram se instalar aqui, mas não receberam nenhum gesto do poder público municipal. Pelo contrário, dificultaram o máximo que podiam. Como resultado, nenhuma grande empresa veio, perdemos diversas vagas de emprego e hoje vemos números alarmantes de pessoas em vulnerabilidade social.
Porém, não podemos falar em atrair empresas de fora enquanto não valorizamos e fortalecemos o empresário local. É preciso ter diálogo com toda a classe empresarial, o que não acontece na cidade nos dias atuais. Como exemplo, o Centro da cidade agoniza, com empresários praticamente ‘pagando para trabalhar’, e o poder público implanta ciclofaixas sem nenhum estudo de impacto e sem pensar nas consequências, mesmo que isso venha gerar desemprego, que foi o que ocasionou.
Com a consolidação do Porto do Açu como um dos maiores complexos portuários do Brasil, por que Campos ainda não sentiu impactos significativos desse empreendimento? Como sua gestão pretende aproveitar essa oportunidade?
Como dito anteriormente, o poder público municipal nunca buscou se aproximar de empresas do Porto do Açu. Mesmo sendo em outra cidade, precisamos tratar o Porto do Açu como prioridade para a cidade de Campos.
Com as iniciativas que você planeja, acredita que a cidade pode se desvincular da dependência dos royalties do petróleo? Essas novas fontes de receita seriam suficientes para garantir o funcionamento eficiente da máquina pública?
É preciso olhar para o futuro sem esquecer das nossas raízes. Campos tem mais de 4.000km² de extensão. Temos potencial para ser o maior polo agrícola do estado do Rio de Janeiro. Podemos ser referência para o Brasil, mas o que vemos é totalmente o inverso.
Hoje o homem do campo que ainda tenta ter uma produção, seja no plantio, no gado ou leiteira, sofre com a falta de prioridade do poder público. Não há estrutura para escoamento de produção. Existe o maquinário, mas só consegue quem tem algum conhecimento com vereadores ligado ao governo. Usam um potencial econômico que temos como moeda de troca política. Não há a preocupação em limpar e dragar canais que são cruciais para a irrigação de lavouras. Em resumo, não há a mínima preocupação com quem poderia estar gerando empregos e trazendo receita para o município.
Além disso, temos que abrir o horizonte para novas possibilidades econômicas. Entre as 7 empresas mais valiosas do mundo, 6 são da área de tecnologia. Qual grande empresa de tecnologia se instalou em Campos? Temos aqui universidades com cursos voltados para a tecnologia, mas a nossa mão de obra está sendo exportada para outras cidades de menor porte no Brasil. Iremos gerar incentivo para empresas dessas áreas, atraindo investidores, gerando empregos e fortalecendo a nossa economia local.
Fortalecendo nossas vocações, fortalecendo novas áreas e buscando investimentos, teremos uma Campos além dos royalties, o que é sonhado há 30 anos e ninguém fez.
Quais são suas ideias para revitalizar a área central da cidade e resgatar o comércio local?
A situação do Centro de Campos é emblemática, por que mostra a incompetência de quem gere o nosso município. Ao Livro Verde, a livraria mais antiga do Brasil, sobreviveu a guerras, pandemias e outros desastres. Mas bastou 4 anos de governo que não houve o empresário local para que ela fechasse as portas.
O Centro de Campos será revitalizado com uma série de ações que vão muito além de lavar o calçadão, que é o que vem sendo feito. Precisamos reestruturar o sistema de Transporte Público, dando segurança para quem quer ir e vir até a região Central para fazer compras e trabalhar. Além disso, implantaremos o Centro Clínico da Família, que funcionará em um local que já temos em vista, no coração de Campos, onde teremos quatro andares com clínicas da Mulher, do Homem, do Idoso e da Criança. Ampliaremos o atendimento na Saúde, e em contrapartida, teremos mais pessoas circulando pelo Centro.
Mas tudo isso será feito com o diálogo constante com os comerciantes e empresários. Precisamos ouvir as suas demandas e entender onde precisaremos avançar.
Campos é uma cidade com grande potencial econômico, mas que convive com altos índices de pobreza. Quais medidas sua gestão tomará para reverter esse quadro e promover uma distribuição mais equitativa da riqueza na cidade?
Hoje Campos tem 150 mil pessoas abaixo da linha da pobreza. Temos 80 mil trabalhadores com carteira assinada, enquanto Niterói, cidade com 500 mil habitantes assim como Campos, tem mais de 160 mil pessoas com carteira assinada. São pontos que vão na contramão de qualquer cidade que tenha objetivo em se desenvolver.
Para fazer a distribuição mais equitativa, precisamos antes de mais nada atuar na educação e na qualificação da mão de obra. São dois pontos que andam lado a lado e serão prioridade em meu governo.
Além de ocuparmos vagas de emprego em empresas que vão se instalar aqui, precisamos que o campista esteja no Porto do Açu e na Bacia de Campos. A população precisa ter acesso a cursos como salvatagem, huet, logística e outras áreas que são essenciais para ocuparem esses cargos.
Ao fortalecer o comércio e a indústria local, também fomentaremos essa divisão de forma mais equilibrada, aumentando o número de pessoas em empregos formais e diminuindo a margem de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza.
Mas como sempre digo, isso só acontecerá com muito trabalho, dedicação, e principalmente, vontade de mudar a situação de estagnação que nossa cidade se encontra há 30 anos.
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*Todas as respostas são publicadas na íntegra e de inteira responsabilidade dos candidatos*
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