A procura por carros usados, especialmente com idade entre 5 e 10 anos de uso, cresceu exponencialmente no Brasil nos últimos anos. Esse movimento ganhou força logo após a pandemia da Covid-19, quando os impactos econômicos e logísticos no setor automotivo começaram a ser sentidos com mais intensidade.
Por que os usados se tornaram a primeira opção?

A alta dos preços dos carros zero-quilômetro é um dos principais fatores que explicam essa mudança de comportamento no consumidor brasileiro. Desde 2020, os valores dos veículos novos dispararam — reflexo da crise dos semicondutores, inflação global, aumento do dólar entre outros.
Segundo a Fipe, o preço médio de um carro novo aumentou mais de 50% entre 2020 e 2024, superando os R$ 130 mil em modelos populares com boa aceitação no mercado. Enquanto isso, a média de preço de um carro usado entre 5 e 10 anos de uso gira em torno de R$ 40 mil a R$ 70 mil, dependendo da marca e do modelo, uma diferença significativa no bolso do consumidor.
Números que comprovam a tendência
De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores):
• Em 2020, o Brasil vendeu cerca de 11,5 milhões de veículos usados.
• Em 2021, esse número saltou para 15,1 milhões, crescimento de 31%.
• Em 2022 e 2023, o ritmo se manteve alto, com 14,8 milhões e 15 milhões, respectivamente.
• Já em 2024, mesmo com uma leve desaceleração, o mercado de usados continuou sólido, com 14,3 milhões de unidades vendidas.
• Em 2025, a estimativa até julho já ultrapassa 7,4 milhões, apontando para mais um ano de estabilidade ou crescimento leve.
Além disso, o segmento que mais cresceu foi justamente o de veículos com 5 a 10 anos de uso, que representaram cerca de 45% das transferências em 2024, um salto considerável comparado aos anos anteriores.

O sonho do carro novo virou pesadelo?
Mesmo com valores muito acima da realidade da maior parte da população, muitos brasileiros continuam tentando realizar o sonho do carro zero, o que infelizmente, tem levado a um aumento no endividamento das famílias. O parcelamento em até 60 vezes, somado a juros altos, tem feito com que boa parte dos compradores comprometa uma fatia expressiva da renda mensal com o financiamento.
Segundo levantamento do Banco Central, o crédito para veículos teve inadimplência de 5,2% no primeiro semestre de 2025, o maior índice desde 2017.
Diante de um cenário econômico desafiador, o carro usado se consolidou como uma alternativa viável, segura e financeiramente mais equilibrada. Para quem busca mobilidade sem comprometer demais o orçamento, o mercado de seminovos, especialmente os com 5 a 10 anos continua sendo a melhor opção.
Estamos também no Instagram. Clique para seguir: @rogerioparenteblog
Nenhum Comentário! Ser o primeiro.