A possível fusão entre as companhias aéreas Azul e Gol, ambas em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, já traz impactos negativos para nossa região. O anúncio do encerramento das operações da Azul no Aeroporto Bartolomeu Lisandro é mais um golpe na conectividade aérea local, comprometendo ainda mais o desenvolvimento econômico e social de Campos dos Goytacazes e municípios vizinhos com São João da Barra.
Essa não é a primeira vez que a Azul ameaça suspender seus voos na região. Em ocasiões anteriores, após negociações envolvendo órgãos competentes, o município e o estado, a companhia voltou atrás, possivelmente em troca de benefícios fiscais ou outros incentivos. Desta vez, no entanto, o cenário parece mais crítico, deixando a população refém de um sistema de transporte aéreo cada vez mais limitado.
Mesmo com o crescimento econômico impulsionado pelo Porto do Açu, em São João da Barra, o Aeroporto Bartolomeu Lisandro ainda não atingiu o fluxo de passageiros esperado. Além disso, há anos a região já enfrenta o desafio de não possuir voos diretos para o Rio de Janeiro, limitando-se apenas a conexões com Campinas. Agora, com o encerramento desse único voo restante, a região dá um passo ainda maior para trás em termos de integração com o restante do país.

O impacto no desenvolvimento regional
O aeroporto é, historicamente, uma porta de entrada fundamental para o desenvolvimento de qualquer região. Ele facilita o acesso de investidores, estimula o turismo, melhora a logística para empresas locais e atrai novos negócios. A falta de voos impacta diretamente setores estratégicos, como o offshore, onshore e portuário, além de dificultar o deslocamento de profissionais e moradores. Para uma região que já luta para diversificar sua economia, essa decisão agrava os desafios existentes.
É urgente que os gestores públicos, as lideranças empresariais e as entidades de classe se unam para encontrar soluções que revertam esse cenário. Algumas alternativas poderiam incluir:
• Incentivos fiscais estruturados para atrair e reter companhias aéreas.
• Parcerias público-privadas para modernizar a infraestrutura do aeroporto, tornando-o mais competitivo.
• Campanhas de estímulo ao uso do aeroporto, com tarifas promocionais e maior divulgação dos voos.
• Integração com o Porto do Açu para criar uma malha logística eficiente que justifique novos voos.
Enquanto isso, os moradores e empresários da região ficam à mercê de transportes rodoviários, que, apesar de importantes, não atendem às necessidades de agilidade e conexão que o transporte aéreo oferece.
Que essa decisão seja revista e que alternativas sejam implementadas para que Campos e região não fiquem cada vez mais isolados. A conectividade aérea não é apenas uma questão de comodidade, mas uma ferramenta essencial para o progresso e a competitividade de qualquer localidade.
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